LEONOR ANTUNES
Em meados da década de 1980, o artista e designer Dan Friedman cunhou o termo “mobiliário mental” como forma de descrever seu trabalho. A rejeição do tropo modernista “a forma segue a função”, sinalizou que, ao invés de apenas uma mercadoria ou utilidade básica, seu trabalho era uma forma de arte que afetava seus usuários de maneiras muito mais do que a mera satisfação de necessidades físicas.
O mesmo poderia ser dito de muitos dos móveis com os quais nos rodeamos todos os dias, uma vez que, de fato, parece ocupar tanto espaço em nosso subconsciente quanto na vida real. Representa formas, tropos e taxonomias que, juntas, somam mais do que a soma de suas partes, tornando-se significantes sociais que carregam o DNA cultural de civilizações inteiras.
Presente em nossa memória individual e coletiva, o mobiliário é uma ferramenta de projeção e associação livre. É por isso que os artistas, repetidamente, são atraídos por seu valor representacional, às vezes independentemente das funções que devem desempenhar. E o que exatamente é função? Certamente o representacional ou o onírico são funções necessárias à psique humana.
A prática de Leonor Antunes proporciona uma contemplação única da arte, arquitetura e design modernos através de uma reinterpretação da escultura num determinado espaço.
Leonor Antunes nasceu em 1972 em Lisboa. Ela vive e trabalha atualmente em Berlim. A prática de Antunes proporciona uma contemplação única da arte, arquitetura e design modernos através de uma reinterpretação da escultura num determinado espaço.
Inspirado por figuras importantes no reino da criação no século 20, e muitas vezes influenciado por protagonistas femininas, seu trabalho começa medindo características da arquitetura e design que lhe interessam. Ela então usa essas medidas como unidades que podem ser traduzidas em escultura. Abraçando o artesanato tradicional de todo o mundo, ela emprega materiais como corda, couro, cortiça, madeira, latão e borracha para criar formas incomuns.
Um dos trabalhos icônicos de Leonor Antunes foi para a The Box em Plymouth, Reino Unido, a fim de criar um novo design de janela leste, juntamente com uma série de novas obras esculturais, para a primeira exposição em St. Luke’s. Além da janela de vidro fundido, Antunes criou três componentes principais para o São Lucas: uma nova obra de piso; uma série de esculturas penduradas em corda, couro e latão; e divisórias de ripas, refletindo respectivamente o padrão do piso, as cores da janela e as colunas originais da igreja.
Recentes exposições individuais da artista foram apresentadas no MASP, Museu de Arte de São Paulo, Brasil (2019); Museo Tamayo, Cidade do México, México (2018); Hangar Bicocca, Milão, Itália (2018); Whitechapel Gallery, Londres (2017); Museu de Arte Moderna de São Francisco, Califórnia (2016); CAPC Bordeaux, França (2015); New Museum, Nova York (2015); Kunsthalle Basel, Suíça (2013); e o Museo Reina Sofia, Madrid, Espanha, (2011). Antunes representou o Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza, Itália em 2019 e participou na 57ª Bienal de Veneza (2017; na 12ª Bienal de Sharjah, Emirados Árabes Unidos (2015); e na 8ª Bienal de Berlim (2014).
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