Portinari foi um pintor brasileiro, para o Brasil. E essa afirmação se refere não apenas à sua nacionalidade, mas também ao seu trabalho – já que ao longo da vida o pintor retratou a alma do país.
Cândido Portinari (1903-1962) nasceu em Brodowski, uma pequena cidade do interior do estado de São Paulo. Era filho de imigrantes italianos que vieram para o Brasil no final do século 19 para trabalhar em uma fazenda de café.
Aos 15 anos iniciou sua educação formal em arte no Rio de Janeiro. Aos 25 anos, ele recebeu um prêmio que lhe permitiu passar um ano estudando na Europa. As pessoas costumam dizer que, quando saímos de casa, percebemos o quanto amamos nosso lar. E pode ser esse o caso de Portinari, já que foi durante a viagem para o outro lado do oceano que Portinari decidiu ser o pintor de sua terra natal.
Ainda na Europa, Portinari se deparou com movimentos de vanguarda como o Expressionismo e o Cubismo, e a técnica de pintura desenvolvida por ele estava em perfeita sintonia com outras tendências modernistas.
O artista ficou conhecido pela produção do painel Guerra & Paz, que mais tarde foi um presente do governo brasileiro para as Nações Unidas. Hoje apresentamos cinco quadros que vão mostrar a beleza do trabalho de Portinari.
Começando pelo quadro “Dança no campo” (1924), produzida quando Portinari tinha 20 anos e a primeira pintura que ele vendeu. Já era um prenúncio do que seria a futura escolha estética do artista. A pintura retrata uma festa típica da cidade do artista. É uma festa simples, com dança e música de uma banda local.
Outro quadro icônico é “Cortadores de grãos de café” de 1935. Como o autor nasceu em uma fazenda de café, isso apareceu de forma recorrente em seu trabalho. Nesta pintura, ele retrata o árduo trabalho diário realizado por mulheres e homens em uma plantação de café em sua cidade. É um retrato realista e ao mesmo tempo simbólico da época em que o café era o “ouro verde” do Brasil.
Já a terceira obra é denominada “Futebol”, e data de 1935. Nessa tela Portinari retrata o que é provavelmente uma memória de sua própria infância em Brodowski, e pode-se ver crianças brincando, jogando futebol.
Outra obra muito aclamada foi “Chorinho”, de (1942). O choro, ou chorinho, é um ritmo brasileiro muito popular que surgiu por volta do século XIX e sua sonoridade única era composta por flauta, violão e cavaquinho. Portinari retratou músicos juntos, mas em outras pinturas, ele também pintou cada um separadamente. Nessa obra, já é possível perceber uma profunda influência do cubismo em seu estilo.
Por fim, não poderíamos deixar de mencionar a obra mais famosa do artista: “Criança morta” de 1944. Portinari não se concentrou apenas na música e nos jogos, mas também retratou o sofrimento: a pintura Criança Morta é uma das representações mais dolorosas de um fenômeno difundido na época do artista, o êxodo rural. Na época, era comum as pessoas que moravam no Nordeste do país, região profundamente afetada pela falta de água, buscarem melhores condições de vida do outro lado do país. A caminhada foi difícil e a pobreza extrema. Alguns morreram no caminho, principalmente crianças e animais. A pintura, intensamente dramática, mostra a morte de uma criança e a dor da perda em sua família.
Portinari morreu em 1962 por intoxicação pelas tintas. Sua obra é um retrato de seu país e de sua linguagem artística única. Ele definitivamente deve ser considerado um dos maiores pintores do Brasil.
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